Na sessão dessa sexta, 22, Maria Leandra Aparecida S. Santos, que morava na ocupação Cidade Bonita, usou a tribuna para fazer um desabafo sobre a reintegração de posse executada pela Prefeitura Municipal no dia quatro de dezembro. Ela comparou o momento a uma batalha armada, com carros de polícia, máquinas e gás de pimenta. Segundo Santos, a derrubada das casas foi muito rápida. Em sua fala, relatou que uma casa construída em quase três meses foi ao chão em segundos. Maria explicou que os moradores se endividaram e aproveitaram refugo de obras para levantar a casa que já não existe mais.

A moradora frisou que os ocupantes clamaram por suas casas às autoridades presentes e ouviram que as mesmas estavam cumprindo ordens. Ela afirmou que não tem para onde ir e que “casa de pai e mãe não é a mesma coisa”. Santos acusou a Prefeitura Municipal de um jogo de empurra sobre o aluguel social e a destinação das famílias desabrigadas. Ela lamentou que não terão Natal, nem virada de ano, nessa situação e destacou que essa localidade não é área verde. A moradora explicou que quando chegou na Cidade Bonita encontrou apenas sucatas, restos de animais e muito entulho, realizou a limpeza e passou a ocupar o espaço para moradia.