Na sessão mista, ocorrida nessa sexta-feira (12), da Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), o Professor Cori (PT) ressaltou que o combate ao mosquito da dengue é uma responsabilidade de toda a população. O parlamentar explanou sobre a trajetória do aedes aegypi, nome científico do mosquito transmissor: é originário do Egito; saiu da África e dispersou pelas Américas e depois para a Ásia. Cori explicou que, no início do século XX, identificou-se o aedes aegypit como transmissor da febre amarela urbana. “[A descoberta] impulsionou a execução de rígidas medidas de controle que levaram, em 1955, à erradicação do mosquito no país. Em 1958, o país foi considerado livre do vetor pela Organização Mundial de Saúde”, disse. Entretanto, o edil relatou que a “erradicação não recobriu a totalidade do continente americano e o vetor permaneceu em áreas como Venezuela, sul dos Estados Unidos e Suriname”.

Sobre o contexto atual, o vereador lembrou que autoridades e especialistas admitem que ainda não têm respostas precisas para muitas questões. “Essa dificuldade aparece nos números oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde. As estimativas são de que, no ano passado, pode ter havido, aproximadamente, entre 500 mil e 1,5 milhão de casos de zika no país”, falou. Professor Cori explicou que a situação é considerada ‘dramática’ e ‘grave’ pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, e pelo diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do ministério, Cláudio Maierovitch. Segundo o diretor, a situação do Brasil é inédita no mundo porque o vírus nunca tinha circulado no país.

Em sua fala, o vereador apresentou alguns dados do Ministério da Saúde: 4.180 casos suspeitos de microcefalia registrados até 23 de janeiro; até o momento, 462 casos foram descartados e 270 confirmados, um número bem maior que os 50 casos que o Brasil registrou em 2014. Para o parlamentar, o combate ao mosquito deve acontecer em todos os dias do ano. “Para controlar o mosquito e as doenças por ele transmitidas não bastam ações pontuais durante as epidemias, nos meses mais quentes do ano”, detalhou. Ele acredita que somente uma ação coletiva pode solucionar o problema.