A coordenadora do Projeto Semente, que é vinculado à Pastoral do Menor, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Valdira Araújo, utilizou o espaço da Tribuna Livre da Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) na manhã desta quarta-feira (25), para falar sobre a possibilidade de retirada dos profissionais da Prefeitura Municipal que atendiam a diversas instituições sociais da cidade.

Valdira disse que se alegra por voltar à CMVC para prestar contas de toda a mobilização realizada pelas instituições, já que na semana passada elas estiveram na Casa pedindo o apoio dos parlamentares.

Em sua fala, a coordenadora chamou atenção para a questão da violência, destacando que o fenômeno tem causas múltiplas: desigualdade, preconceito, má distribuição de renda e a insuficiência das politicas públicas, que, segundo Valdira Araújo, não têm sido colocadas em prática.

Na semana passada, lembrou Valdira, as instituições deram início a uma mobilização, devido à retirada unilateral da parceria entre as instituições e o Poder Público Municipal. A coordenadora do Projeto Semente detalhou que a  Pastoral do Menor tinha 25 funcionários cedidos pela prefeitura e hoje, após a retirada da maioria dos profissionais cedidos, são apenas cinco. Ela destacou ainda que a situação é parecida em outras instituições como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).

Valdira revelou que grande parte das qualificações dos profissionais cedidos foi custeada pelas instituições. Ela agradeceu ao Poder Legislativo pela mobilização e pelo esforço em sensibilizar o Executivo Municipal. No último dia 20, contou a coordenadora, se reuniram com o Secretário Municipal de Educação, Valdemir Dias, que sinalizou a permanência dos funcionários que foram capacitados e também o estabelecimento do convênio com as instituições. O presidente da CMVC, Gilzete Moreira (PSB), reafirmou que a Casa está sempre disposta a apoiar as instituições conquistenses.

Representando a bancada de oposição, o vereador Arlindo Rebouças (PROS), comparou os investimentos feitos pela PMVC nas instituições filantrópicas e no Conquista Criança: “Foi um projeto que começou bom, mas não expandiu, hoje é mais uma peça publicitaria do governo municipal”.  Completou ainda, pedindo que se “verifique quanto a PMVC gasta com cada criança em instituições filantrópicas e quanto se gasta no Conquista Criança”.  Rebouças lembrou ainda que em 2014, ocorreram 160 assassinatos, na sua maioria jovens, porque “faltam oportunidades para esses jovens”. O vereador exaltou ainda, o trabalho realizado por entidades como a Pastoral da criança, APAE, ACID, entre outras e disse que “talvez o prefeito nem conheça esses trabalhos”. Ele encerrou sua fala garantindo que o Legislativo não pode ficar calado, “como nunca ficou”. “Nós sempre lutamos e brigamos”. E pediu a população que verifique a Lei 12.527/11, que diz respeito ao direito de informação e que possibilita qualquer um a requerer as informações que quiserem e o Executivo tem o prazo de 20 dia para informar.

O Líder do Governo na Câmara, Luciano Gomes (PR), falando em nome da Bancada de Situação, parabenizou as instituições que prestam serviços à comunidade conquistense. Segundo o vereador, os serviços prestados por essas instituições são reconhecidos pelo poder público. Luciano Gomes garantiu ainda que o secretário de Educação já resolveu o problema. Sobre o Conquista Criança, questionou o porquê de a oposição fazer cobranças, já que nada fez pelo público atendido pelo Projeto da Prefeitura Municipal.

O Vereador Coriolano Moraes (PT) salientou que as “instituições são parceiras do nosso governo” e está satisfeito “em perceber por parte no nosso Prefeito, que há todo interesse em melhorar, ampliar. As instituições parceiras serão mantidas”. O parlamentar salientou que  essas organizações “ajudam a combater a violência, resgatar vidas, abrir oportunidades para a nossa juventude”. Disse que a comissão de educação acompanhou a discussão com o secretário atentamente. “O programa não pode parar e a depender dos 21 vereadores, prefeito e secretário não vai parar”.