Imagem Comunidades rurais protestam contra divisão territorial

Comunidades rurais protestam contra divisão territorial

Arquivo

06/12/2014 13:17:00


Moradores de dezenas de comunidades rurais de Vitória da Conquista compareceram na manhã deste sábado (6) à Audiência Pública articulada pelos vereadores Arlindo Rebouças e Professor Cori para discutir uma eventual perda de território para municípios circunvizinhos em função de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pelas Prefeituras de Anagé e Jânio Quadros, que discordam do mapa territorial baiano aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo Governo do Estado.

O senhor Exupério, morador do Povoado da Roseira, disse que a comunidade está unida com o mesmo objetivo, defender a região onde nasceu e foi criada. “Nasci naquela região, meu avô nasceu e morreu ali, com 97 anos, minha mãe 81, e eu estou com 51 anos, não podemos agora, de uma hora para outra, ser jogados para outro município que não dar conta sequer da própria população, todos os dias o povo de Lindo Horizonte, que pertence a Anagé, manifesta o desejo de fazer parte de Conquista, e essas pessoas usufruem dos nossos serviços, porque não têm assistência de Anagé. Vamos participar dessa luta, não aceitamos a mudança de forma alguma”.

Moradora da localidade Lagoa da Visão, a senhora Lucidalva também manifestou sua insatisfação com uma possível mudança. “Anagé não tem condição de garantir o que nós temos aqui, não podemos perder todos os benefícios conquistados ao longo do tempo, peço aos vereadores e ao prefeito que não deixem Anagé vencer essa batalha e entrar na nossa região, pois será o fim da linha para todos nós que moramos no Distrito de José Gonçalves”.

Aldo, representando os moradores da Lagoa de Francisco das Chagas, agradeceu a Câmara Municipal, em nome dos 21 vereadores, por abraçar a causa. “Eu vim mesmo doente manifestar o meu repúdio e dizer que se Anagé vencer essa causa, terá de comprar um helicóptero para transportar o povo, porque nem de jegue dá para o povo se deslocar até o município, já que não tem estrada”.

Giovane Rocha, representante do Distrito de Bate-Pé, parabenizou os vereadores pela luta e disse que o governo municipal tem dado a devida atenção ao município, sobretudo, à zona rural, com a construção de aguadas, estradas, reforma de escolas, implantação de sistemas simplificados de água, perfuração de poços tubulares, e que o gestor está atento à ação movida pelas prefeituras de Anagé e Jânio Quadros. “Nós de Bate-Pé viemos trazer o nosso apoio, porque precisamos unir forças, só assim a gente consegue fortalecer o grupo, a perda será grande para o nosso povo, para o nosso município, temos muitas ações que beneficiam as localidades e passar tudo para outro município é impossível, temos aqui, além de representantes de José Gonçalves, moradores de Amargoso, Poço Comprido, Olho D’Água da Serra, afinal essa é uma luta de todos nós”.

Liderança de Itaipu, o professor Juarez Gomes destacou que a sua localidade não será atingida com um possível ganho de causa dos municípios de Anagé e Jânio Quadros, mas está solidário à causa. “Estaremos junto com cada companheiro nesta luta, conheço e conheço bem o município de Anagé, já trabalhei lá, e posso afirmar que o município está em dívida com o professor há três meses, as estradas acabaram, o sistema de saúde é um caos. Como é então que a prefeitura pleiteia outras comunidades? Nós lutaremos juntos, usaremos as redes sociais, iremos às ruas, com a união da Câmara, da prefeitura e da população venceremos esse impasse”.

Para o senhor Isaurindo, morador da localidade de Boqueirão, é um absurdo a tentativa da prefeitura de Anagé de tomar parte do território conquistense. “Essa prefeita de Anagé não conhece e nossa realidade, não temos nada aqui feito por ela, vamos lutar até o fim, se precisar de um plebiscito vamos participar, nasci, me criei e vou morrer em Vitória da Conquista, ela tem que respeitar os nossos direitos e o nosso desejo”.

Eunápio Novaes, popular Napinho, representando a sede do Distrito de José Gonçalves, parabenizou os vereadores pela iniciativa e disse que está junto nessa luta. “Nasci e fui criado ouvindo meu pai, hoje com 94 anos, dizer que Anagé sempre cobrou esse território, e eu sempre me pergunto, pode alguém cobrar o que não é dele? Acredito que a justiça não vai tirar o que é do povo, quem manda é a vontade do povo, o povo escolhe, ele tem direito constitucional, certa vez o saudoso Antonio Carlos Magalhães disse que só tinha medo do povo, eu digo que se depender do povo, Anagé vai ficar na vontade”.

Morador do Povoado da Catarina, o senhor Djalma disse que não há um único morador da região que queira pertencer ao município de Anagé. “Nossos documentos pessoais são de Conquista, os documentos da terra também, nós fazemos parte da história deste município e não queremos pertencer a Anagé de forma alguma, pedimos que a imprensa nos apoie nessa causa, hoje Roseira e Catarina já têm porte de uma pequena cidade, graças aos investimentos públicos, não podemos perder essas ações, espero que os nossos vereadores e o nosso prefeito lutem para que possamos ser conquistenses para sempre”.

Wilson, representante da Baixa do Muquém, salientou que todos os representantes do povo devem se unir nessa luta em favor de Vitória da Conquista. “Não aceitamos de forma alguma essa arbitrariedade, seria como voltar ao passado, caso isso aconteça, teremos de ir à feira montados em jumento, teríamos de vender as nossas terras, mas acredito que os nossos vereadores e o prefeito não permitirão que esse absurdo se torne realidade, nessa luta, o prefeito é a corrente, os vereadores, o cadeado, e o povo é chave, um depende do outro. Fora Anagé, avante Conquista!”. 

Por Fábio Sena e Bia Oliveira / ASCOMCV



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