Imagem SESSÃO ESPECIAL: Combate a violência contra Mulher é debatido na Câmara de Vereadores

SESSÃO ESPECIAL: Combate a violência contra Mulher é debatido na Câmara de Vereadores

Câmara Municipal de Vitória da ConquistaSessão EspecialNotíciaNildma RibeiroHermínio Oliveira

23/11/2018 14:03:00


Nessa sexta-feira, 23, da Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) realizou uma sessão especial o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher, data celebrada todo dia 25 de novembro. A sessão foi uma proposição dos vereadores Nildma Ribeiro (PCdoB) e Hermínio Oliveira (PPS). Representantes do poder público e do movimento de mulheres estiveram presentes no debate. 

Data marca luta das mulheres – A vereadora Nildma Ribeiro (PCdoB) explicou que a data foi instituída em 1999 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em homenagem às “Mariposas”, as irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa. No dia 25 de novembro de 1960, elas foram brutalmente assassinadas pelo ditador Rafael Leônidas Trujillo, da República Dominicana. As mortes repercutiram, causando grande comoção no país. Pouco tempo depois, o ditador foi assassinado.

A parlamentar apresentou dados alarmantes sobre o problema: em média, a cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil e 12 são assassinadas diariamente (Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública); e, segundo a Unicef, mais de 100 milhões de meninas poderão ser vítimas de casamentos forçados durante a próxima década. Nildma ainda lembrou que as mulheres enfrentam a desigualdade no mundo do trabalho, recebem menos para exercerem as mesmas funções que um homem. Elas ainda são a minoria em cargos de chefia. “A violência vem de vários segmentos”, falou. A situação não é diferente na política. 

Nildma conclamou a população a lutar contra a violência contra a mulher. Ela afirmou que se trata de uma luta de todos. A vereadora também pediu que cada um refletisse se contribui, de alguma forma, para a manutenção dessa problemática. Ela defendeu o feminismo, como um caminho de luta pela igualdade e fim do machismo. 

Violência assume múltiplas caras – A Capitã Débora destacou que o Dia da Não Violência contra Mulher é, mais do que um dia de luta, um momento de debates e discussões. “Todas as instituições e esferas precisam debater sobre esse tema. Não só as mulheres precisam se envolver nessa discussão, mas os homens também. As mulheres não são as promotoras de violência. A discussão não deve ser restrita as mulheres”, frisou.  Ela pontuou também as diferentes formas de violência contra mulher. “A violência contra mulher não é apenas a violência doméstica. É também discriminação nas instituições, no trabalho. A violência está em todos os lugares”, citou. 

Combate ao machismo deve ser bandeira dos homens também – A presidente do Conselho Municipal da Mulher, Arlene Ribeiro, destacou a campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que acontece em vários países. A iniciativa começou no dia 20 de novembro. A conselheira lamentou que, mesmo com as medidas que vem sendo adotadas, os dados da violência contra a mulher ainda crescem. Ribeiro conclamou os homens a se engajarem na campanha contra esse tipo de violência. Para ela, eles são fundamentais para o processo de transformação social que enxergará as mulheres de outra forma. 

Dados são alarmantes –  A Coordenadora Municipal de políticas públicas para as mulheres, Daiana Evenili Andrade, trouxe para o debate dados alarmantes: “A cada duas horas uma mulher é morta; a cada 5 minutos uma mulher é agredida; 1 milhão de mulheres são assassinadas por ano; o Brasil ocupa o 5º no ranking de violência contra mulher”. Ela informou que o trabalho proposto pela campanha “Dia da Não Violência contra Mulher” iniciou-se no dia 20 de novembro, com o Dia da Consciência Negra. “É preciso lembrar que as mulheres negras são as maiores atingidas pela violência. O atlas da violência registrou o aumento de 15,4% da violência contra as mulheres negras”, pontuou. Segundo Daniela, estão sendo realizados debates no CRAS, CREAS e intuições de ensino e capacitações nas unidades de saúde com formação dos agentes. Na oportunidade, ela ainda afirmou: “A lei Maria da Penha não é um privilégio. Privilégio seria não precisar de uma lei para combater a violência contra a mulher”.

Machismo e violência têm relação histórica – A presidente da União de Mulheres de Vitória da Conquista (UMVC), Lídias Rodrigues, destacou o aniversário de 35 anos da entidade, festejado em novembro. Ela afirmou que foram momentos de conquistas e de retrocessos. Lídia avalia que o fenômeno da violência contra a mulher guarda relações com a história da humanidade. Segundo ela, o machismo e a violência que gera são frutos do patriarcado, sendo o agressor fruto de um processo historicamente construído. Para ela, o fim desse tipo de violência implica mudanças radicais na estrutura social. A feminista destacou que a Câmara tem um papel fundamental nisso ao propor e aprovas legislações e outras ações que beneficiem esse grupo. 

Somos a resistência – A assistente social e membro da União de Mulheres de Vitória da Conquista, Lenira Maria de Figueredo Souza, afirmou que a temática do combate da violência contra mulher, “infelizmente é bastante recorrente durante os 35 anos da União de Mulheres em Conquista”. “Não é novidade para nós estar aqui, na rua ou na mídia denunciando e pedindo cada vez mais para ter companheiros e companheiras nessa luta”, disse. “Somos resistência ao longo desses anos. Estaremos prontas e firmes para resistir a toda forma de opressão”, frisou. Na oportunidade, ela lamentou o falecimento de Raphaela Souza, “mulher trans que foi brutalmente assassinada”. 

Poesia e emoção – A psicóloga Ana Fábia Cirilo refletiu sobre o aumento nos casos de violência contra a mulher mesmo com a aprovação de medidas como a lei Maria da Penha, em 2006. Ela lamentou o dado que aponta que, últimos 30 anos, esse tipo de violência triplicou no país. Cirilo destacou que a violência vem se constituindo como hábito, fruto da cultura machista. Para ela, só existe uma forma de acabar com esse tipo de violência – a educação. Segundo Ana Fábia, é preciso disseminar a lei e seu propósito, bem como investir em ações de prevenção. A psicóloga, emocionada, leu um poema de sua autoria, no qual retrata a luta das mulheres. 

Uma luta de todos -  Na oportunidade, o público presente na sessão pode expressar sua opinião sobre o tema. Para João, morador da comunidade da Estiva, a violência contra a mulher é um absurdo. “Tenho certeza que a partir de agora as mulheres vão denunciar os maridos agressores”, disse. 

O líder comunitário Zé da Paz afirmou que as mulheres enfrentam uma perseguição histórico. Ele defendeu a educação como a ferramenta para acabar com a violência contra a mulher. 

Alane Leal, da Agenda Bahia do Trabalho Decente, pontuou que a violência contra a mulher tem origem no passado, e é preciso mudar essa realidade.“É hora de colocar em prática o nosso dom, não só de defender as mulheres, mas de conscientizar os homens também”, disse. 




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