Imagem AUDIÊNCIA PÚBLICA: Pequenos produtores pedem mais atenção para zona rural

AUDIÊNCIA PÚBLICA: Pequenos produtores pedem mais atenção para zona rural

Câmara Municipal de Vitória da ConquistaAudiência Pública

12/09/2017 13:15:00


A Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) realizou nesta terça-feira, 12, uma audiência pública para discutir a Agricultura Familiar. A discussão, proposta pelo vereador Edjaime Rosa – Bibia (PMDB), membro da Comissão de Agricultura da Casa. Estiveram presentes na audiência representantes do poder municipal, Defesa Civil e Sindicato do Trabalhador Rural. Moradores de diversas comunidades tiveram a oportunidade de apresentar suas reivindicações.

Em uso da tribuna livre, Leonina Francisca Souza, presidente da associação de Lagoa do Arroz, contou que o debate sobre êxodo rural sempre a intrigou, mas hoje ela pode ser os motivos pelos quais as pessoas não querem ficar na zona rural “Porque não tem condições de sobrevivência”, disse. Ela frisou que não é só de estrada que se vive a população da zona rural. “Precisamos de água, de educação, de segurança”, citou. Ela relata que várias famílias têm se mudado da zona rural porque foram assaltadas. Leonina pediu também que cursos importantes para o pequeno agricultor sejam oferecidos nas localidades. “Ás vezes por falta de condições, o agricultor não tem como vir na cidade receber esses cursos. É preciso que vá até o povo da zona rural. Às vezes, de longe não é possível ver toda a dificuldade que enfrentamos”, completou.

Vicente Moreira, da Secretaria de Agricultura, parabenizou o vereador Bibia por ter proposto a discussão e lamentou o baixo número de vereadores presentes na audiência.

Vicente disse que os agricultores precisam se unir para buscar melhorias, principalmente na oferta de água para os produtores rurais. “Nós temos uma carência de água na zona rural, o que é lamentável, é triste”, disse ele. Ele lembrou que o Exército oferecia 37 caminhões pipa e agora são apenas 19 para garantir o abastecimento de água na zona rural. “Nós precisamos cobrar mais”, disse ele destacando acreditar que a cobrança será feita pela secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural a fim de fazer com que o número de caminhões pipa atuando no abastecimento hídrico da zona rural volte ao seu número inicial.

Marcelo Aguiar, presidente da Associação de Moradores dos povoados da Choça e Chácaras Mirassol, ressaltou que sempre teve seus pedidos atendidos pela secretaria e espera que as demais comunidades recebam o mesmo tratamento. Relatou reunião com os moradores da comunidade das Chácaras Mirassol ocorrida nessa semana, e explicou que a principal reivindicação é o acesso à caixas d’água. Ele pediu mais investimentos para a zona rural que desestimule os moradores a evadirem para a cidade. A liderança ainda pediu empenho dos vereadores na articulação de melhorias para quem mora no campo.

Ednilson de Jesus, popularmente conhecido como Benício, é presidente da associação de moradores do Assentamento Amaralina (Santa Marta) e contou que em 2008 esteve em Brasília com os demais companheiros, e ficaram sabendo que em um estudo foi detectado um deficit de 70% de produtividade da comunidade. “Aquilo me deixou muito estarrecido porque isso acontecia por falta de apoio do poder público municipal, estadual e federal”. Segundo o, retornando da viagem, a comunidade procurou melhorar o sistema de trabalho com a implantação de algumas irrigações particulares, e isso fez com que em 4 anos a situação fosse revertida. “De 30% de produtividade pulados para 70%”. Ele afirma contar isso para reforçar o projeto que a comunidade enviou à Salvador pedindo o reaproveitamento da água tratada pela Embasa. “São 600 litros de água tratados por minuto, e está sendo desperdiçada sendo devolvida ao Rio Verruga, conhecido como pinicão”. Ele pede que secretários, coordenadores e vereadores ajudem na aprovação deste projeto.

Benício, aproveitou a presença das autoridades do poder municipal para cobrar também a regularização das famílias do assentamento. “Há mais de 25 anos estão procurando forma de regularizar sua terra, ter seu documento para poder trabalhar de forma digna”, relatou. Ele pede também por aguadas, açudes limpeza de cacimbões para o Santa Marta.

Morador da comunidade de Lagoa de São João de Moraes, Valdionor Pereira, fez uma série de cobranças aos  membros do Governo Municipal. De acordo com o senhor Valdionor, os donos de veículos que transportam as crianças da zona rural para as escolas estão enfrentando dificuldades pela má qualidade das estradas. “Senhor secretário, tenha dó de nós e também dos donos de veículo. Os carros quebram, mas não é porque são velhos”, disse ele apontando que as estradas da zona rural estão “acabadas” e pedindo intervenção.

Valdionor contou ainda que  a população rural de Vitória da Conquista está passando sede com as mudanças no sistema de oferta de água para os moradores de comunidades da zona rural. “Nós não podemos mais aguentar beber água barrenta dos barreiros”, disse ele.

Paulo Novaes, presidente da associação de moradores do Assentamento Casulo, afirmou que são 20 anos de servidão. Paulo relatou dificuldades nos trâmites relacionados a assentamentos. Em sua fala, pediu mais assistência aos assentados em questões fundamentais como posse da terra, acesso à agua e assessoria técnica. Ele lembrou que a Companhia de Engenharia Hídrica e Saneamento da Bahia (Cerb) abriu dois poços artesianos na localidade, mas não completou a instalação, um desperdício de dinheiro público e prejuízo para a comunidade. Paulo solicitou mais apoio, sobretudo na elaboração e apresentação de projetos de assentados aos órgãos de fomento. Segundo ele, existe ainda muita dependência desse segmento a gabinetes de deputados, por exemplo.  

José Ribeiro dos Santos, morador do Santa Marta, reforçou o pedido de regularização das famílias do assentamento. “Já estamos lá há 30 anos. O Incra tinha dado um prazo de 10 anos pra entrar a documentação da terra pra gente, e até hoje nada”, relatou. Seu José afirma que dentro de um ano passará a cobrar com mais veemência do atual governo municipal essa documentação. “Temos outras necessidades, mas isso é o que precisamos com mais urgência”, afirma.

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